sábado, 26 de novembro de 2016

(ORTO) FASCITE PLANTAR E ESPORÃO DE CALCANEO


FASCITE PLANTAR

     Ocorre quando o tecido fibroso (fáscia plantar) ao longo do pé está inflamado, devido a um estresse excessivo dessa região. A fáscia plantar é um tecido conjuntivo que se estende da base do osso calcâneo por toda planta do pé. É uma banda fibrosa e firme que sustenta e mantém o arco plantar de pé. A inflamação é causada pelo estiramento excessivo da fáscia plantar.
¡  Geralmente, quem sofre dessa patologia, sente fortes dores no pé logo pela manhã, ao dar os primeiros passos.
¡  A dor piora pela manhã ao iniciar a marcha e melhora depois à inchaço no local.
¡  Frequentemente é causada pela lesão de um esforço
repetitivo da fáscia a um mau amortecimento de impacto, sobrecarregando a estrutura.
¡  Estudos recentes vêm demonstrando que a fascite plantar não ocorre somente de processos inflamatórios, mas pode ser também uma alteração estrutural mais condizente com processos degenerativos.
Fatores de risco
¡  Idade (40 a 60)
¡  Alguns tipos de exercício físico (estresse excessivo sobre o calcanhar e a fáscia plantar, como corrida de longa distância, ballet e outros tipos de dança, podem contribuir).
¡  Pés com anormalidades. Pé chato, pé cavo ou qualquer outro problema
¡  Obesidade à sobrecarregar os músculos e ossos das pernas e pés
¡  Ocupações à algumas profissões exigem muito dos pés dos funcionários, a exemplo de operários, professores, atendentes e outras que passam a maior parte da jornada de trabalho em pé ou caminhando.
¡  Tensão sobre o tendão de Aquiles (que liga os músculos da panturrilha ao tornozelo)
¡  Calçados inadequados, com solas macias demais ou que não oferecem apoio suficiente à curvatura do pé.
     Indivíduos com esse quadro, frequentemente apresentam dificuldade para realizar a dorsiflexão do pé. Essa dificuldade geralmente se deve ao retesamento do músculo da panturrilha ou do tendão de Aquiles, que é conectado à fáscia plantar. O diagnóstico pode ser feito através de ressonância magnética e em casos mais graves por meio do ultrassom.

INDICAÇÕES :
¡ controlar o peso
¡  readaptar a prática esportiva
¡  alongar os músculos da panturrilha antes e após a corrida
¡  corrigir as alterações nos casos de pé chato ou cavo e a hiperpronação
¡  readequar o calçado para obter maior amortecimento e suporte
¡  usar palmilhas à alterações biomecânicas
¡  alongamentos da fáscia à amenizar o incômodo ou prevenir a piora do quadro.

Tratamento Fisioterapêutico:  
·           Massagem de fricção horizontal
·          Alongamento da fáscia plantar = Flexão dorsal dos dedos do pé, rolamento do pé sobre uma bola de tênis
·          Corrigir fatores de risco funcionais à Avaliar alterações anatômicas: (encurtamento Alongamento do gastrocnêmio e do solear = exercício de inclinação para a parede, alongamento sobre degraus (cuidado em pacientes idosos); fraqueza da musculatura intrínseca do pé = exercícios com toalha.
·         Exercícios de Alongamento: puxar a ponta do pé com a mão, pressionando contra a parede ou com uma toalha por 30 segundos; alongar a panturrilha;
·         preferir gelo ao calor e nunca ultrapassar 20 minutos de aplicação; congelar uma garrafa de água, pisar em cima e rolar o pé sobre ela, fazendo isso por 1 minuto, repetindo 3 vezes.
·         reeducação da atividade física


·         Órteses: Talas noturnas; tornozeleiras para uso diurno. 

TRATAMENTO

·         Tratamento farmacológico: Antiinflamatórios não-esteroidais (usar precocemente apenas como sintomático para alívio da dor); infiltração com corticosteróides (evitar ao máximo devido à possibilidade de complicações como ruptura da fáscia; resposta apenas a curto prazo.

·         Tratamento cirúrgico: Fasciotomia plantar parcial (considerar apenas após falha do tratamento conservador por 12 meses;  70-90% de taxa de sucesso; recuperação após semanas a meses).  


ESPORÃO DO CALCÂNEO

O esporão do calcâneo é um problema ortopédico que surge devido ao crescimento anormal de uma parte calcâneo, osso do calcanhar, formando uma espícula/protuberância, em formato de uma ponta de uma agulha, provocando assim uma dor muito intensa no local.
               Essa espícula óssea pode se desenvolver na parte inferior ou posterior do calcâneo. O calcâneo é o osso de maior tamanho em toda a estrutura óssea do pé e suporta todo o peso do corpo, sofrendo um impacto intenso e constante.
A principal causa é uma sobre carga na região onde a fáscia agarra o calcâneo, então, por conta desta tensão, para que ela não se rompa, o periósteo que é a membrana que cobre o osso, joga células de cálcio na fáscia plantar aparecendo uma nova estrutura óssea, o esporão.
               O esporão do calcâneo afeta muito mais as mulheres, entre 40 e 50 anos, praticantes de caminhadas/corridas e aquelas que trabalham em pé por longos períodos ou as que sofrem com o sobrepeso. É frequente entre desportistas, pessoas com excesso de peso e pessoas com pé cavo ou pé chato.
Um do motivos mais importantes é o encurtamento muscular de uma grupo específico, grupo esse que chamamos de CADEIA MESTRA POSTERIOR, ou seja, esse grupo muscular abrange toda a região posterior do corpo, da cabeça à ponta dos dedos.
               A planta do pé é composta por estruturas elásticas e rígidas. Na prática, essas estruturas aumentam a eficiência do impulso executado quando o calcanhar se distancia do solo. Quando há um esforço excessivo nesta região podem ocorrer fissuras e inflamações da fáscia. Isso pode ocorrer em virtude da retração do tendão de Aquiles ou de pés com a curvatura anormal.
            Raramente o esporão causa inflamação visível, avermelhamento ou outro sinal aparente. A dor é o principal sintoma e começa já com os primeiros passos do dia, logo ao acordar. Geralmente é uma dor pulsante na zona plantar do calcanhar, mas há também uma dor de repouso e ao colocar o pé no calçado.
          O esporão de calcâneo pode ser diagnosticado através do relato dos sintomas e de um exame físico adequado.
·         Avaliação do pé (chato ou cavo)
·         Encurtamentos musculares de cadeia posterior
·         A radiografia confirma o diagnóstico
           Infelizmente, uma vez instalado, o esporão é irreversível. Por ser uma formação óssea, sua cura se dá apenas por meio cirúrgico.
               A cirurgia para retirada do esporão é a última alternativa e atualmente é raramente indicada, pois a grande maioria dos pacientes consegue controle da dor com medidas conservadoras.
               Inicialmente, a inflamação pode ser controlada com repouso e gelo local, laser, ultrassom. O tratamento consiste em alongamento de toda a cadeia mestra posterior, da fáscia plantar e no uso de recursos anti-inflamatórios locais, além de utilizar palmilhas de silicone para o calcanhar.
Uma vez que a inflamação for controlada a dor desaparece, mesmo que ainda exista o esporão.
               Para tratar é preciso descobrir qual é exatamente a causa que gera o aumento da tensão da fáscia plantar, que pode ser também um problema postural. Para isto podem ser feitos tratamentos posturais como RPG, o Pilates para conseguir um bom alongamento geral do corpo.
Para as pessoas que não se beneficiam com o tratamento fisioterapêutico clássico, existem duas opções:
·         Injeções de corticoide na fáscia plantar.
·         Uso do night splint (tala noturna), que imobiliza o tornozelo e alonga a fáscia plantar.




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